O G1 volta a cidades atingidas nos últimos meses por chuvas e enchentes. Veja a situação hoje e conheça as propostas dos candidatos.
Com mais de 300 ilhas e uma beleza natural reconhecida nacionalmente, Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, foi o destino de muitos turistas no réveillon de 2009. Minutos depois da virada do ano, porém, em vez de festejos, o dia 1º de janeiro de 2010 ficou marcado por uma das maiores tragédias da região. A forte chuva que atingia o estado na noite do dia 31 provocou dois deslizamentos, que deixaram 53 mortos, além de centenas de desabrigados.
Um deles ocorreu no Morro da Carioca, em Angra, e o outro na Praia do Bananal, na Ilha Grande, onde a parte da pousada Sankay foi soterrada. Autoridades federais, estaduais e municipais deixaram seus compromissos no primeiro dia do ano para dar suporte às vítimas. O prefeito da cidade, Tuca Jordão, decretou luto por três dias.
Deslizamento no Morro da Carioca, no centro de Angra, destruiu casas e deixou dezenas de desabrigados (Foto: Marcos Arcoverde / Agência Estado)O Ministério Público do Rio abriu três inquéritos para investigar a ocupação desordenada no município. Os deslizamentos em Angra levantaram a discussão sobre as áreas de risco, o uso e a ocupação do solo na cidade, além da legalidade das licenças de construção, em especial das encostas e áreas de preservação permanente e unidades de conservação.
Os proprietários da pousada Sankay ouviram o barulho do deslizamento e escaparam a tempo. Mas não conseguiram avisar a própria filha, Yumi Faraci, de 18 anos, estudante de arquitetura e urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela morreu soterrada.
As imagens gravadas no interior da pousada dão a noção do drama vivido por amigos e familiares que celebravam a virada do ano. É possível ver garrafas de bebidas numa varanda e restos de uma ceia de réveillon. Após a tragédia, a pousada suspendeu o funcionamento por tempo indeterminado.
Sobreviventes descreveram aquela noite como um pesadelo, com barulhos fortes, enxurrada de lama invadindo as casas e ainda falta de luz, o que aumentava o pânico das pessoas no meio da madrugada. A lembrança que ficou na memória da camareira Maria de Lourdes foi a filha mais nova, de 8 anos, com medo. “Ela gritava: ‘mãe, me ajuda, não quero morrer aqui’, foi um desespero”, contou ela, horas depois do deslizamento no Morro da Carioca.
Carioca viu casa deslizar
O sobrevivente Luiz Paulo Garcia havia alugado uma casa vizinha à pousada Sankay e fotografou o resgate das vítimas. Na época, ele contou o que ouviu naquela madrugada: “Veio tudo abaixo. Vi um pedaço da casa ao lado descendo com a enxurrada. Era árvore, lama, pedra e água, tudo junto”, lembrou o jornalista carioca, de 41 anos.
Áreas de proteção ambiental de Angra serão mapeadas Ministro da Integração Nacional anuncia liberação de R$ 80 milhões para Angra MP do Rio vai investigar ocupação desordenada em Angra Verba de Angra dos Reis será usada para construir 800 casas, diz secretário Ele ficou traumatizado com o drama vivido ao lado da mulher, a afilhada e um amigo. “Foi um momento de pavor. Nunca vou esquecer aqueles gritos de gente pedindo por socorro, dizendo que tinha gente soterrada. Na minha casa, a gente não sabia o que fazer, demos as mãos e oramos juntos. Colocamos coletes salva-vidas, porque achei que a gente ia ser jogado para o mar”, disse.
As irmãs Gabriela, de 9 anos, e Geovana Repetto, de 12, morreram com os tios, também no deslizamento da Praia do Bananal. A mãe delas, Cláudia Cristine Ribaski Brazil Repetto, sobreviveu à tragédia, mas teve esmagamento em ambas as pernas e fratura em três vértebras.
Com mais de 300 ilhas e uma beleza natural reconhecida nacionalmente, Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, foi o destino de muitos turistas no réveillon de 2009. Minutos depois da virada do ano, porém, em vez de festejos, o dia 1º de janeiro de 2010 ficou marcado por uma das maiores tragédias da região. A forte chuva que atingia o estado na noite do dia 31 provocou dois deslizamentos, que deixaram 53 mortos, além de centenas de desabrigados.
Um deles ocorreu no Morro da Carioca, em Angra, e o outro na Praia do Bananal, na Ilha Grande, onde a parte da pousada Sankay foi soterrada. Autoridades federais, estaduais e municipais deixaram seus compromissos no primeiro dia do ano para dar suporte às vítimas. O prefeito da cidade, Tuca Jordão, decretou luto por três dias.
Deslizamento no Morro da Carioca, no centro de Angra, destruiu casas e deixou dezenas de desabrigados (Foto: Marcos Arcoverde / Agência Estado)O Ministério Público do Rio abriu três inquéritos para investigar a ocupação desordenada no município. Os deslizamentos em Angra levantaram a discussão sobre as áreas de risco, o uso e a ocupação do solo na cidade, além da legalidade das licenças de construção, em especial das encostas e áreas de preservação permanente e unidades de conservação.
Os proprietários da pousada Sankay ouviram o barulho do deslizamento e escaparam a tempo. Mas não conseguiram avisar a própria filha, Yumi Faraci, de 18 anos, estudante de arquitetura e urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela morreu soterrada.
As imagens gravadas no interior da pousada dão a noção do drama vivido por amigos e familiares que celebravam a virada do ano. É possível ver garrafas de bebidas numa varanda e restos de uma ceia de réveillon. Após a tragédia, a pousada suspendeu o funcionamento por tempo indeterminado.
Sobreviventes descreveram aquela noite como um pesadelo, com barulhos fortes, enxurrada de lama invadindo as casas e ainda falta de luz, o que aumentava o pânico das pessoas no meio da madrugada. A lembrança que ficou na memória da camareira Maria de Lourdes foi a filha mais nova, de 8 anos, com medo. “Ela gritava: ‘mãe, me ajuda, não quero morrer aqui’, foi um desespero”, contou ela, horas depois do deslizamento no Morro da Carioca.
Carioca viu casa deslizar
O sobrevivente Luiz Paulo Garcia havia alugado uma casa vizinha à pousada Sankay e fotografou o resgate das vítimas. Na época, ele contou o que ouviu naquela madrugada: “Veio tudo abaixo. Vi um pedaço da casa ao lado descendo com a enxurrada. Era árvore, lama, pedra e água, tudo junto”, lembrou o jornalista carioca, de 41 anos.
Áreas de proteção ambiental de Angra serão mapeadas Ministro da Integração Nacional anuncia liberação de R$ 80 milhões para Angra MP do Rio vai investigar ocupação desordenada em Angra Verba de Angra dos Reis será usada para construir 800 casas, diz secretário Ele ficou traumatizado com o drama vivido ao lado da mulher, a afilhada e um amigo. “Foi um momento de pavor. Nunca vou esquecer aqueles gritos de gente pedindo por socorro, dizendo que tinha gente soterrada. Na minha casa, a gente não sabia o que fazer, demos as mãos e oramos juntos. Colocamos coletes salva-vidas, porque achei que a gente ia ser jogado para o mar”, disse.
As irmãs Gabriela, de 9 anos, e Geovana Repetto, de 12, morreram com os tios, também no deslizamento da Praia do Bananal. A mãe delas, Cláudia Cristine Ribaski Brazil Repetto, sobreviveu à tragédia, mas teve esmagamento em ambas as pernas e fratura em três vértebras.
Fonte: G1
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